Resumo Neste artigo, são explorados os efeitos nos meios de vida e a avaliação da natureza do povo bribri em Talamanca, Costa Rica, contra a tentativa de implementar REDD + nos seus territórios. Por meio de estudo de caso, análise de discurso e hermenêutica coletiva sobre documentos e entrevistas produzidos por atores sociais internacionais, nacionais e locais, controvérsias manifestas são identificadas através de processos de des/re/territorialização da iniciativa. Esses processos são legitimados por estratégias discursivas tecnocráticas associadas à mitigação das mudanças climáticas, produzidas em espaços multilaterais de negociação e adaptadas pelas instituições nacionais para fins não alinhados aos interesses das comunidades. Conclui-se que a implementação de REDD + em terras indígenas na Costa Rica permite: i) mercantilizar a natureza, a participação e as formas tradicionais de governança; ii) consolidar eco-governabilidade climática centrada fragmentação da natureza; iii) construir representações indígenas vulneráveis e empobrecidas, para justificar a intervenção nos seus territórios.

Abstract This article explores how the attempt of implementing REDD+ affects the livelihoods and nature valuation of the Bribri indigenous people in Talamanca, Costa Rica. The analysis is done using a case study, discourse analysis and collective hermeneutics in documents and interviews produced by international, national, and local social actors. Controversies in the REDD+ strategy have been manifested in the initiative’s de/re/territorialization processes. These processes are legitimized by technocratic discursive strategies associated with climate change mitigation, produced in multilateral negotiations, and adapted by national institutions for purposes not aligned with the interests of the communities. It is concluded that the implementation of REDD + in indigenous territories in Costa Rica gives way to i) the commoditization of nature, participation and traditional forms of governance; ii) the consolidation of a climate eco-governmentality based on the fragmentation of nature; iii) building representations of vulnerable and impoverished indigenous people, and thus justifying intervention in their territories.

Resumen Se exploran los efectos en los modos de vida y valoración de la naturaleza del pueblo indígena bribri en Talamanca, Costa Rica, ante el intento de implementar REDD+ en sus territorios. Mediante estudio de caso, análisis de discurso y hermenéutica colectiva sobre documentos y entrevistas producidos por actores sociales internacionales, nacionales y locales, se identifican controversias manifiestas a través de procesos de des/re/territorialización de la iniciativa. Estos procesos son legitimados por estrategias discursivas tecnocráticas asociadas a la mitigación del cambio climático, producidos en espacios de negociación multilateral, y adaptados por instituciones nacionales a propósitos no alineados con intereses de las comunidades. Se concluye que la implementación de REDD+ en Costa Rica posibilita i) mercantilizar la naturaleza, la participación y las formas de gobernanza tradicionales; ii) consolidar una eco-gubernamentalidad climática centrada en la fragmentación de la naturaleza; iii) construir representaciones sobre indígenas vulnerados y empobrecidos, para justificar la intervención en sus territorios.

Abstract: This research explores alternatives to the forms of land management built by Mapuche communities south of Villarrica National Park (PNV). Like other conservation units, the establishment of the PNV implied making ancestral practices invisible and distancing them from the material and symbolic wealth present in the territory. Before the policies of the dominant development model that places its interest in the tourist potential, in the goods and in the ecosystem services present in the zone, the content that the communities give to this area from their own capacities becomes relevant, looking for an alternative type of development that facilitates experiencing self-determination and facing impoverishment. We conclude that the territorial re-appropriation of the PNV is fundamental to overcome immaterial poverty and that the communities have their own tools to manage the territory autonomously and synergetically.

Resumen: En esta investigación, se exploran las alternativas a las formas de gestionar el territorio, que construyen las comunidades mapuche aledañas al sur del Parque Nacional Villarrica (PNV). Igual que otras unidades de conservación, el establecimiento del PNV implicó invisibilizar las prácticas ancestrales y alejarles de las riquezas materiales y simbólicas presentes en el territorio. Ante las políticas propias del modelo de desarrollo dominante que coloca su interés en el potencial turístico, en los bienes y en los servicios ecosistémicos presentes en la zona, se torna relevante el contenido que las comunidades le dan a este espacio desde sus propias capacidades, buscando un tipo de desarrollo alternativo que facilite experimentar la autodeterminación y enfrentar el empobrecimiento. Se concluye que la reapropiación territorial del PNV es fundamental para superar las pobrezas inmateriales y que las comunidades cuentan con herramientas propias para gestionar de manera autónoma y sinérgica el territorio.

Resumo: Nesta pesquisa, são exploradas as alternativas às formas de gestão do território, que são construídas pelas comunidades mapuches localizadas ao sul do Parque Nacional Villarrica (PNV). Como outras unidades de conservação, o estabelecimento do PNV implicou a invisibilização das práticas ancestrais e o distanciamento das riquezas materiais e simbólicas presentes no território. Perante as políticas próprias do modelo de desenvolvimento dominante que centra seu interesse no potencial turístico, nos bens e serviços ecossistêmicos presentes na área, torna-se relevante o conteúdo que as comunidades dão a este espaço a partir de suas próprias capacidades, procurando um tipo de desenvolvimento alternativo que facilita a experimentação da autodeterminação e o enfrentamento do empobrecimento. Conclui-se que a reapropriação territorial do PNV é fundamental para superar as pobrezas imateriais e que as comunidades disponham de ferramentas próprias para administrar de forma autônoma e sinergética o território.